O Crescimento dos “Nem-Nem” entre Jovens Brasileiros
O termo “Nem-Nem” tem sido cada vez mais utilizado para se referir aos jovens que não está engajada com o estudo, o trabalho ou sequer na busca por emprego. Segundo um levantamento recente do Ministério do Trabalho, essa realidade está se tornando cada vez mais presente: no primeiro trimestre do corrente ano, 5,4 milhões de jovens se encontravam nessa situação, um número mais que dobrado em relação ao mesmo período de dois anos atrás, que contava com 4 milhões.
Esse dado é particularmente significativo, pois representa 15,9% da população de jovens entre 14 e 24 anos. Nessa demografia, 60% são mulheres, e a maioria são mães com filhos pequenos. Além disso, a grande maioria desses jovens são negros. Por outro lado, em uma análise geográfica sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho, Santa Catarina desponta com o maior índice de empregabilidade, com 62,9%, enquanto o Acre possui o menor, com 29,1%.
Impacto da Pandemia e Relação com Tecnologia nos Jovens
Os jovens passam grande parte do seu tempo online, uma tendência potencializada pela necessidade do home office durante o período pandêmico – criando, assim, uma nova cultura de se estar mais em casa. É notório que a pandemia desempenhou um papel influente nesta situação, impulsionado também pelos avanços tecnológicos e comportamentais.
Popularizado no Japão, que enfatiza o distanciamento desses jovens das vias tradicionais de desenvolvimento pessoal e profissional. Essa realidade serve de pano de fundo para a emergência de movimentos como o “sem-sem” (sem acesso à educação, sem acesso a políticas sociais).
Saúde Mental e Desafios Socioculturais
Ainda mais alarmante são as questões de saúde mental que afetam esse grupo: o Brasil é o líder mundial em casos de ansiedade, ultrapassando a China. Entre os “Nem-Nem”, 65% sofrem de ansiedade diariamente. A depressão e síndrome do pânico também são condições comuns, frequentemente associadas à baixa autoestima.
A conectividade contínua também tem gerado fenômenos como a nomofobia – a ansiedade de estar sem o celular – reconhecida globalmente pela Organização Mundial da Saúde. Paralelamente, muitos pais permanecem horas nas redes sociais, criando uma distância comunicativa dentro do ambiente familiar, essencial para o desenvolvimento dos jovens.
Propostas de Solução e Apoio
A especialista em comportamento humano, Tânia Zambom, enfatiza a necessidade de políticas de apoio que incluam incentivos fiscais para a contratação de jovens e o suporte psicossocial nas empresas, para melhorar a inserção destes no mercado de trabalho e auxiliar na superação dos desafios de saúde mental.
Zambom também sugere a volta do estímulo educacional nos âmbitos familiares, que incluiria o acompanhamento e o impulso para que os jovens procurem qualificação, aproveitando também os cursos de capacitação gratuitos que já existem.
É um período crítico para a juventude, que enfrenta não só o desafio de se encaixar numa sociedade digital em constante mudança, mas também de superar as adversidades mentais e emocionais, numa luta constante por espaço e reconhecimento. A intervenção integral é crucial para modificar esse panorama.
Conclusão e Apelo à Ação
A situação dos jovens “Nem-Nem” é um reflexo complexo de múltiplas variáveis sociais e culturais que desafiam as normas estabelecidas do crescimento e independência. A necessidade de abordagens multidisciplinares, que considerem a realidade única de cada jovem, torna-se imperativa. Governos, instituições e a sociedade como um todo devem reconhecer a gravidade deste quadro e dedicar esforços para reverter esta condição. Afinal, a juventude não só representa nosso futuro – ela é parte fundamental do presente.
Como sociedade, estamos enfrentando um momento crítico na criação de nossos filhos. O engajamento estreito e pessoal se faz necessário, aproveitando as ferramentas digitais presentes em nossas vidas como facilitadores e não como obstáculos, para assim melhor orientar o caminho de nossos jovens rumo a um futuro promissor. É hora de agir – não apenas pelos “Nem-Nem”, mas por todos nós.
2 comentários em “Guia: o que fazer para aumentar seus resultados”
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